quinta-feira, 11 de julho de 2013

Esparta (CIDADE-ESTADO POLÍTICO)

#ADM Poseidon


Esparta e seu modelo de organização política se distinguiram radicalmente do adotado pelos atenienses, lembrando os remotos tempos em que vigorou em Atenas o sistema oligárquico.

A composição da sociedade espartana contribuiu para que a democracia nunca se estabelecesse naquela cidade-estado. Hierarquicamente separados, a população de Esparta se classifica em três grupos bem distintos: os espartanos (não me diga), nobres de nascimento e politicamente privilegiados; os periecos, aqueles que ocupavam posição inferior, desfrutando de liberdade limitada; e os hilotas, pura e simplesmente os servos.

A constituição política espartana previa a existência de dois reis, oriundos de famílias nobres; de um Conselho, denominado Gerúsia, que era composto por um grupo de 28 anciãos mais os dois reis, todos deveriam ter mais de 60 anos; de uma Assembléia, chamada Apella e composta pelos espartanos com mais de 30 anos, os quais tinham direitos muito mais limitados do que os anciãos atenienses; e de cinco Éforos, magistrados eleitos por um período de um ano, que eram bastante poderosos, podendo inclusive interferir nas ações dos reis.

Em suma, os espartanos mantiveram um sistema político no qual prevaleceu a monarquia dual, que tinha nos éforos os representantes da aristocracia e contrabalançar a autoridade dos reis e da Gerúsia. Tal sistema foi um reflexo do espírito conservador dos espartanos.


Apesar das variações políticas encontradas entre as diversas cidade-estados, a economia grega permaneceu vinculada à administração da unidade domiciliar, do oikos. Isso não significa que não havia comércio, pois, como no caso de Atenas, media-se riqueza pela quantidade de terras e pela quantidade de produtos produzidos, que podia ser verificada por meio de trocas.

Nem sempre a produção de alimentos era suficiente para prover toda a população. O cultivo de grãos é um exemplo disso, pois as videiras e oliveiras gradualmente passaram a ocupar as terras aráveis, tornando-se necessário importar cereais para garantir o abastecimento de várias cidades gregas.


O cultivo de outros produtos em detrimento dos grãos era justificável, já que o vinho e o azeite rendiam lucros maiores aos seus produtores. Segundo registros dos séculos V e IV a.C., um fazendeiro, ao destinar sua propriedade um espaço para as videiras, podia ganhar até 20 vezes mais do que plantando grãos no mesmo local.

Em Esparta a propriedade estatal da terra foi divida entre os espartanos (cidadãos), mas não podiam ser vendidas ou repassadas. Na prática, o dono da terra era o Estado, mas quem ficava responsável por explorá-lo era o cidadão espartano, com a utilização da mão de obra dos hilotas (escravos que eram propriedade do Estado), dos periecos (homens de condição intermediária entre os cidadãos e os escravos) e dos escravos.

Na cidade-estado de Atenas, as reformas políticas incentivaram o desenvolvimento comercial e artesanal, transformando-a em uma das cidades-estados economicamente mais fortalecidas da região. Sólon foi um dos legisladores que contribuiu para simplificar as transações comerciais, já que instituiu um sistema monetário e padronizou os pesos e as medidas.


Um comentário: